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Tribunal Constitucional declara inconstitucionalidade de normas sobre retenção de dados

O Tribunal Constitucional (TC) de Portugal declarou a inconstitucionalidade de várias disposições da Lei n.º 32/2008, que estabelecia a obrigação de retenção de dados de comunicações eletrónicas para fins de investigação criminal. Esta lei, que foi alvo de debate por anos, permitia a conservação de dados de tráfego e de localização de todas as comunicações, independentemente de qualquer suspeita específica. O TC considerou que a conservação generalizada e indiferenciada de dados viola os direitos fundamentais à privacidade e à proteção de dados pessoais, consagrados na Constituição da República Portuguesa.


No seu acórdão, o Tribunal sublinha que a retenção de dados deve ser limitada e sujeita a controlo judicial rigoroso para garantir que só se aplicará em casos devidamente justificados, como em investigações criminais graves. A decisão exige que o legislador reveja o atual quadro normativo para que este esteja em conformidade com os padrões constitucionais.

Esta decisão foi bem recebida por organizações de direitos civis, que argumentam que a conservação indiscriminada de dados representa uma vigilância massiva e desnecessária sobre os cidadãos.

O acórdão do TC reforça a necessidade de equilibrar os direitos à segurança pública e à privacidade em um contexto de rápidas mudanças tecnológicas.